3 de dezembro de 2008

A Eterna Briga por um Ingresso mais Barato

Essa semana observei diversas pessoas reclamando da injustiça do preço do ingresso para ver o jogo São Paulo Vs Goiás pela última rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Isto remeteu-me às cotidianas reclamações que ouço a respeito de preço de ingressos para, pricipalmente, shows.

Bom, vou partir de uma premissa que tenho com base na experiência: mesmo com altos preços, os shows aqui no Brasil têm obtido lotação máxima.

Como parto dessa premissa, a seguinte análise só valerá para a partida de futebol se ela perfizer-se.

Todos sabemos que o que define o preço de algo é o encontro da curva de oferta com a curva de demanda pelo bem.

Esta "lei" econômica vale, também, para ingressos de espetáculos.

Admito que esta é uma análise superficial, pois desconsidera a possibilidade de maximização de lucros devido a monopólio ou oligopólio, tanto de cambistas quanto de empresários, mas, como já disse, parto do pressuposto do esgotamento dos ingressos, com lotação máxima das casas de espetáculo.

Ora, se as cadeiras estão vazias, a demanda foi menor que a oferta. E, quando a situação inversa ocorre, é fácil notar filas de pessoas que não conseguem adquirir ingressos, ou pior, a incrível e eficiente ação de cambistas.

Então, podemos chegar a conclusão de que, o preço mais justo foi aquele que não deixou ninguém disposto a pagá-lo sem ingresso, e também não deixou cadeiras vagas.

Quanto mais se diminui o preço, mais a demanda cresce, por motivos óbvios. E para selecionar as pessoas que assistirão o espetáculo será necessário algum método diverso do econômico.

Não que isso seja injusto ou impossível.

Posso até propor alguns métodos:

Vende-se para aqueles que primeiro chegarem às filas, nominalmente para evitar ação de cambistas (e discrimina-se os sem tempo).

Sorteiam-se os ingressos para uma lista de inscritos e impede-se venda posterior.

O fato é que, os que reclamam dos "altos preços" e compram, não gostariam de um critério dos apontados acima, pois eles, por seleção econômica, conseguem assistir àquilo que almejam. E, se pagam, mais importante do que a quantia dispendida, é ver o espetáculo.

Observe-se por fim, que os outros critérios reduziriam a lucratividade, e, portanto, diminuiriam a oferta. Leia-se, menos espetáculos.

E qual a melhor opção?

Eu fico com a seleção econômica.

Um comentário:

  1. Também fico com a econômica, embora a idéia de "compra primeiro quem chega primeiro" me pareça ruim.
    De qualquer forma a lei de oferta e procura deve prevalecer. Só pegou mal justamente no ÚLTIMO jogo o ingresso atingir um preço tão diferente dos praticados anteriormente... mas, se tiver quem pague, então que seja assim.

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