12 de dezembro de 2008

Malthus Vive

Relembrando: Thomas Malthus foi um economista, estatístico, demógrafo e estudioso das Ciências Sociais que, em meados do século XIX, demonstrou aquilo que hoje muitos chamariam de uma "insustentabilidade".

Preconizou (equivocadamente, ao menos em minha opinião) a miséria que a raça humana viveria num futuro breve (àquela época), devido à natureza, que havia constatado, de crescimento geométrico da população e aritimético da produção de alimentos.

Para evitar a catástrofe prevista, defendeu o retardamento do casamento, um árduo controle de natalidade, etc.

Mas por que menciono isto?

Cada vez mais preenchem os jornais as matérias que sinalizam a catástrofe que ocorrerá no mundo devido ao consumo exponencial.

Inclusive a ONU divulgou outro dia que em poucas décadas precisaríamos de dois planetas para "bancar" nosso consumo!

A prevista falta de alimentos e o fim por excesso de consumo me parecem ter muitos pontos em comum.

Em ambos os casos usa-se uma perspectiva matemática, desconsiderando-se uma série de variáveis!

Por que temos alimentos até hoje se a População não parou de crescer? Porque diversas tecnologias foram agregadas à produção de alimentos!

E alguém considera o nosso consumo de forma qualitativa ao analizá-lo? O que consumiremos daqui a trinta anos será não-renovável? A energia que produziremos será tão ineficiente? Precisaremos de matérias primas esgotadas? O que consumimos de fato estraga a Terra ou só vai faltar? E, por fim, digo que ainda tenho dúvidades sobre como o Efeito Estufa vai afetar a minha vida (observe que digo a minha, e não a de pinguins).

De fato, não sei se a ONU está correta nas previsões que faz, nem mesmo se Malthus, de repente, ainda não estará certo algum dia, mas sei que catástrofes vendem bastante, e por isso sempre desconfio de quem as anuncia.

8 de dezembro de 2008

Leis da Gratuidade

O legislador brasileiro tem o costume de achar que o direito controla a sociologia, a moral, e, às vezes, até a física.

Mas é quando se proclama o controle da economia que se consegue o apoio popular!

Como se a publicação de uma nova lei em um diário oficial instantaneamente eliminasse os custos de uma atividade ou eliminasse a intenção do empresariado obter lucro.

De uma coisa eu sei: ao se tornar o estacionamento de um shopping gratuito, o custo de mantê-lo e administrá-lo será repassado ao condomínio e, portanto, às mercadorias; ao se acabar com pedágios, o custo de manutenção das estradas será diluído nos demais impostos.

Destes casos falarei em outras oportunidades.

Por hoje só quero demonstrar minha indignação com relação a uma lei do Distrito Federal que isenta desempregados de pagar taxa de inscrição para qualquer concurso público.

Já achava um absurdo as inúmeras ações impetradas pelo Ministério Público a fim de isentar de taxa de inscrição de Concursos quaisquer "Hipossuficientes", em primeiro lugar pela dificuldade de se definir isso, em segundo, porque tenho uma enorme dificuldade de acreditar na existência de pessoas que terminaram uma faculdade e permaneçam, por falta de oportunidade, em um estado de pobreza. Ora, se é assim, educação não serve para trazer riqueza, só o faz o emprego público mesmo.

Como já puderam perceber, gosto de trabalhar com algumas presunções, a de que aquele que já cursou faculdade, se teve condições de cursá-la, já não é nenhum miserável.

Em suma, toda vez que alguém é isentado, outro paga a conta, e minha experiência diz que quem paga a conta são os outros concurseiros que se matam de trabalhar, estudam em paralelo, e, em virtude disso, tem alguma renda.

Agora, isentar todo desempregado é o ápice da incongruência: quem vocês acham que fica desempregado, estudando para concursos? Será que é o mais necessitado?

E é óbvio que, se ele não paga a inscrição, o preço dela sobe para todos os demais (o custo de fazer o concurso continua o mesmo).

Precisamos entender que sempre alguém paga a conta, e sempre é preciso decidir quem!