25 de novembro de 2008

O Estado Promotor de Desigualdades e a Piada Brasileira

Parte1 – A carteirinha estudantil


Hoje eu acordei com vontade de falar mal do Estado inserido nessa pátria chamada Brasil!

Mas de antemão já previno àqueles que esperam críticas do tipo “eu pago meus impostos e não recebo nada em troca”: parem de ler este blog!

Olho ao meu redor e não me conformo com a estrutura montada durante décadas com a finalidade de garantir uma sociedade quase estamental.

Ora, nem vou debater questões complexas como a Universidade Pública ou a Carga Tributária, certo de que, mesmo nessas questões, nosso Estado é um tremendo produtor de desigualdades.

Só direi aquilo que, para mim, são obviedades.

Façamos uma rápida reflexão, por exemplo, sobre um tema debatido atualmente no congresso: a carteirinha estudantil e a meia-entrada.

Tema conhecido por todos os estudantes que têm seus ingressos diminuídos pela metade em atrações de pseudocultura, tais como o cinema hollywoodiano ou shows de quaisquer uma das várias pseudomúsicas.

A idéia parece justa: vamos garantir acesso à cultura para os estudantes!

Parece lindo, mas a que custo isso é feito?

Simples, dobrando o preço da cultura a todos os não estudantes, ou seja, muitos daqueles mais excluídos. Nem preciso dar exemplos!

Sim, vamos “garantir a cultura” (como se já não o fosse) aos universitários, mestrandos, doutorandos, ou, hoje, a qualquer freqüentador de cursinhos travestidos de instituições de educação.

Ninguém percebe mesmo que, em sua grande maioria, esse pessoal constitui as classes A e B de consumidores brasileiros?

E as propostas mais sérias sobre isso que tramitam no congresso nem tocam nessa disparidade, só pensam como torná-la viável fazendo, por exemplo, limitações aos finais de semana!

Se estudantes precisam ter acesso a cultura, que se dê meia-entrada a todos os cidadãos menores de 18. Ora, nessa faixa etária há uma presunção de que são estudantes.

E, assim, não se garantem direitos díspares aos que têm como seguir seus estudos e cursar uma faculdade, até mesmo porque, quanto a estes, vale a presunção de que podem ter renda própria e comprar cultura pelo preço de mercado (se não, quem poderia?).

PS: Não se iludam os que acham que garantir meia-entrada para uma classe não prejudica outras, é uma lei econômica básica a de que a curva de demanda, assim como a de oferta, controla o preço.

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